quinta-feira, 29 de abril de 2010

A LENDA DA TERRA DO CALOR



Era uma vez uma terra que sempre fazia muito calor e também tinha bravos cavaleiros que enfrentavam dragões e tiravam princesas de torres. Só que os cavaleiros não sabiam que quem causava calor na terra real era o dragão que pisava no chão. Ele vivia na montanha cheia de larva e ninguém nunca teve coragem de ir lá na montanha cheia de larva.

E aí os cavaleiros foram em busca da causa do calor, mas aí eles viram uma princesa presa na torre. Aí eles jogaram a corda na torre e salvaram a princesa. Bic diz: Você pode vir com a gente, princesa Bela? A princesa diz: Eu acho que posso sim.

Aí eles viram a lagosta fugitiva. A lagosta pegou o chapéu da princesa e as espadas e escudos dos cavaleiros. Eles correram atrás dela, mas não alcançaram a lagosta Turbo. Ela é muito rápida, tão rápida que ninguém alcança a lagosta Turbo. E ela só devolve as coisas quando as pessoas pedem com educação, mas ninguém pede com educação. Os cavaleiros continuaram correndo até chegar bem perto dela, mas ninguém chegou muito perto da lagosta Turbo. Aí ela parou de correr para dizer uma coisa. A lagosta Turbo diz: Eu só devolvo se pedirem “por favor” e “obrigado”. Tá bom! Os cavaleiros disseram: Pode nos dar as nossas coisas. A lagosta Turbo diz: Sim!

Aí os cavaleiros chegaram na floresta da ovelha Louca. Ela vive correndo, corre rápido como um foguete, e ela bateu nos cavaleiros, na princesa Bela e na lagosta Turbo. Pelo menos ninguém se machucou, mas a princesa Bela ficou cansada de tanto procurar quem causava o calor. Ela estava muito cansada para continuar a procurar a causa do calor. Ela caiu no sono e sonhou com seu rei que falou: Oh grande princesa Bela, eu ordeno que será a noiva e eu serei o noivo. Aí o casamento chegou e o sonho acabou. A princesa Bela diz: O que, o casamento acabou? A lagosta Turbo diz: Não, o sonho acabou.

Aí eles chegaram na montanha do dragão. Todos deram 50 passos para chegar no alto da montanha do dragão e descobriram que dentro da montanha era muito quente. Aí o dragão foi visto pela princesa Bela, pela lagosta Turbo e pela ovelha Louca. Aí os cavaleiros enfiaram a espada no dragão.

Aí o filhote de dragão rosa nasceu e fim.

Matheo Angelo (2009)



Era um dia morno, sem fogo algum no tempo ou no coração. Eu perguntei: Qual é a história do dia? Ele então me recomendou “a lenda da terra do calor”. Naquele momento de estagnação, demorei a entender quais caminhos eu poderia percorrer naquela terra quente e viva ao lado de seus personagens intensos, ágeis, loucos, exagerados. Aos poucos, porém, fui me deixando guiar por eles. Na mornidão daquele momento reconciliei-me com bravos cavaleiros, salvei princesas aprisionadas em castelos de ilusões; aproximei-me da loucura e da sabedoria dos bichos que nos atordoam e nos protegem. Enfim, descobri que há momentos em que somente a coragem da espada pode fazer nascer a esperança, que inequivocamente é rosa “e fim”!

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